sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Catedral de Lincoln


Orgão da Catedral de Lincoln
Alguém já deve ter ouvido, claro, a expressão anglo-saxão, anglicano e seus congêneres. Isso remete à Inglaterra e a maior parte do Reino Unido, país predominantemente protestante por causa de umas rixinhas entre Henrique VIII e a Igreja Católica Apostólica Romana e que posteriormente o tornou líder da Igreja Anglicana. Isso tudo para se casar com Ana Bolena depois de querer anular seu casamento com Catarina de Aragão. Bom, os britânicos sempre foram um povo à parte e Henrique VIII não fugia à regra, tendo casado-se seis vezes. Mas o post não é sobre reis e reinados.
Catedral de Lincoln

O post é musical. A Catedral de Lincoln, localizada, obviamente, em Lincoln, na Inglaterra, foi durante 249 anos a torre mais alta do mundo (1300–1549). E essa catedral abriga um dos mais sofisticados pipe organs do mundo. Pipe Organs, ou orgãos de tubos, numa tradução literal, são muito complexos e por isso belos e de sonoridade única. São enormes e tem como característica principal seu som produzido pelo deslocamento de ar, como complexas flautas gigantescas unidas e manipuladas por teclados destinados somente aos virtuosos músicos.O da Catedral de Lincoln possui mais de 28 mil tubos pra gerar seu som e foi o último projetado e construido por Henry Willis antes de sua morte em 1901. Tocar num Pipe Organ é pra poucos. Não venha com a idéia de que basta ser chamado de "cãozinho dos teclados" que poderá sentar lá e fazer soar todas as notas.
Para que aprecie sem moderação como é ouvir o som do Pipe Organ da Catedral de Lincoln, deixo com vocês um dos meus ídolos, grande tecladista britânico e que, por sinal, falando em Henrique VIII, compôs, a pedido da realeza britânica para comemoração dos 500 anos de sua ascenção ao trono inglês, "The Six Wives of Henry VIII", ou "As Seis Esposas de Henrique VIII", interpretado junto a uma orquestra com 70 integrantes, um coral de 40 vozes e, claro, junto a seu filho, Adam Wakeman, também tecladista.

Rick Wakeman, no Pipe Organ da Catedral de Lincoln:



Para conhecer mais sobre a Catedral de Lincoln: http://www.lincolncathedral.com
Para conhecer mais sobre Rick Wakeman: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rick_Wakeman

Um tiro pro céu


"Parou por um instante naquela avenida vazia. Aquele gosto de conhaque de botequim na boca, veneno barato. Olhou pro céu pra ver alguma estrela como quem está perdido numa noite sem brilho.
Relembrou suas mísérias como quem é apoderado de um encosto e sacou seu revólver.
Deu dois tiros pro alto, respirou fundo e guardou a arma.

- Morre, tristeza. Porque senão te mato!"

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Wild Dogs - Curta de animação


Curta de animação do fim-de-semana, exibido em 2009 no SIGGRAPH Computer Animation Festival.

Enjoy!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lua de Fel - Um pouco de Roman Polanski

Roman Polanski
Não se pode dizer que a vida e a obra de Roman Polanski tenham sido pacatas. Longe disso. Notório por sua tragédia pessoal em 1969, quando sua esposa, Sharon Tate, grávida, foi brutalmente assassinada pelos seguidores do psicopata Charles Manson e depois por seu envolvimento sexual com menores ainda nos anos 70, o que lhe causou a reclusão na Suiça e sua impossibilidade de voltar aos EUA sob o risco de ser preso. Com uma vida pessoal tão conturbada, não poderia refletir melhor sua obra como diretor como no sensacional Lua de Fel, de 1992.
Não é o mais premiado filme de Polanski. Ele venceu o Oscar em 2002 com o seu "O Pianista", que não pode comparecer para receber a estatueta para não ter que apreciá-la atrás das grades. Ao contrário também da maioria das críticas sobre o filme, minha visão sobre ele vêm de assisti-lo no lançamento e depois reassistí-lo várias vezes, e cada uma delas com uma percepção da historia. Ou eu mudei no meio do caminho ou não tinha visto tudo que teria que ver ou imaginar ver.
Lua de Fel é uma viagem para dentro dos enigmas do amor e dos relacionamentos.Chega às vezes a ser doentio e, por isso, cruel como a realidade.
O filme gira em torno de dois casais: Nigel e Fiona (Hugh Grant e Kristin Scott Thomas) e Oscar e Mimi (Peter Coyote e Emmanuelle Seigner) a bordo de um cruzeiro marítimo. Oscar é um escritor paraplégico, casado com a estonteante Mimi. Antes de tudo, o filme é uma viagem para dentro do amor, em todas as suas formas, inclusive a forma psicopata. Nigel fica enlouquecido pela mulher de Oscar, Mimi, e este percebe e aproveita para contar-lhe sobre sua vida com ela. Como se conheceram e como viveram o amor, a paixão, a loucura, a decadência do relacionamento em todos seus detalhes mais íntimos, que vão sendo mostrados em flashbacks. Durante todo filme é possível ver todas as facetas que o amor pode assumir e, mesmo assim, manter unidos um casal. Seja pela paixão, seja pelo rancor, seja pela loucura. Mas ele está lá, o que os torna inseparáveis e ilimitados na sua concepção, prontos para tudo que o mantenha aceso. Para Oscar, é mais um capítulo de uma historia. Para Nigel e fiona, é a despedida de seus lados pudicos e o abraço de seus lados pervertidos, como somente Polanski saberia narrar e conduzir ao seu final surpreendente.
Destaque para a música incidental de Fausto Fawcett com sua "Katia Flavia", que faz parte da trilha sonora do filme.

Não recomendado para os que acham que o amor é um conto de fadas.
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