terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lua de Fel - Um pouco de Roman Polanski

Roman Polanski
Não se pode dizer que a vida e a obra de Roman Polanski tenham sido pacatas. Longe disso. Notório por sua tragédia pessoal em 1969, quando sua esposa, Sharon Tate, grávida, foi brutalmente assassinada pelos seguidores do psicopata Charles Manson e depois por seu envolvimento sexual com menores ainda nos anos 70, o que lhe causou a reclusão na Suiça e sua impossibilidade de voltar aos EUA sob o risco de ser preso. Com uma vida pessoal tão conturbada, não poderia refletir melhor sua obra como diretor como no sensacional Lua de Fel, de 1992.
Não é o mais premiado filme de Polanski. Ele venceu o Oscar em 2002 com o seu "O Pianista", que não pode comparecer para receber a estatueta para não ter que apreciá-la atrás das grades. Ao contrário também da maioria das críticas sobre o filme, minha visão sobre ele vêm de assisti-lo no lançamento e depois reassistí-lo várias vezes, e cada uma delas com uma percepção da historia. Ou eu mudei no meio do caminho ou não tinha visto tudo que teria que ver ou imaginar ver.
Lua de Fel é uma viagem para dentro dos enigmas do amor e dos relacionamentos.Chega às vezes a ser doentio e, por isso, cruel como a realidade.
O filme gira em torno de dois casais: Nigel e Fiona (Hugh Grant e Kristin Scott Thomas) e Oscar e Mimi (Peter Coyote e Emmanuelle Seigner) a bordo de um cruzeiro marítimo. Oscar é um escritor paraplégico, casado com a estonteante Mimi. Antes de tudo, o filme é uma viagem para dentro do amor, em todas as suas formas, inclusive a forma psicopata. Nigel fica enlouquecido pela mulher de Oscar, Mimi, e este percebe e aproveita para contar-lhe sobre sua vida com ela. Como se conheceram e como viveram o amor, a paixão, a loucura, a decadência do relacionamento em todos seus detalhes mais íntimos, que vão sendo mostrados em flashbacks. Durante todo filme é possível ver todas as facetas que o amor pode assumir e, mesmo assim, manter unidos um casal. Seja pela paixão, seja pelo rancor, seja pela loucura. Mas ele está lá, o que os torna inseparáveis e ilimitados na sua concepção, prontos para tudo que o mantenha aceso. Para Oscar, é mais um capítulo de uma historia. Para Nigel e fiona, é a despedida de seus lados pudicos e o abraço de seus lados pervertidos, como somente Polanski saberia narrar e conduzir ao seu final surpreendente.
Destaque para a música incidental de Fausto Fawcett com sua "Katia Flavia", que faz parte da trilha sonora do filme.

Não recomendado para os que acham que o amor é um conto de fadas.

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